mercredi 16 avril 2008

[Ficções] Grand Hotel

Há quem considere a "Grand Hotel formula" completamente ultrapassada.
Uma luz laranja de sol, risos de crianças ao longe, mergulhos numa piscina. Era algo de difuso o que envolvia o quarto em que pousei as minhas duas malas naquela tarde.
Numa pequena exploração, verifiquei que aquela ala do hotel parecia um pouco deslocada do resto. Não se ouviam ruídos, alguém a falar, uma porta a bater, nada. Ao fundo do corredor, uma porta envidraçada de dois batentes. Aparentava ser uma sala de leitura ou convívio. Agradável e clara, um certo odor a tabaco. Aberto, sobre uma poltrona perto de uma janela, alguém deixara um manual de fórmulas indecifráveis.
Aproximei-me dessa mesma janela, entreaberta, inspirei o ar da tarde. Relvados rodeavam o hotel.
Não sabia bem o que ali estava a fazer, a desculpa de um casamento parecia demasiado fácil, demasiado ridícula. O que era aquela luz laranja e morna? O que era aquela corredor obscuro, aquela sala de leitura vazia?
O resto da tarde preenchi-o com um passeio pelos terrenos, o facto de estar um pouco aturdido pela viagem não permitia ir mais longe.
Foi à noite que os encontrei.

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