A partir de agora, o nosso querido Chevalier poderá ser encontrado a deambular por esta rua.
lundi 21 juillet 2008
La fin (en retard)
"Goodbye and I choke
I try to walk away and I stumble"
(Macy Gray)
Eis-me já de volta ao ponto de origem, à casa da partida. Após dias de viagem que serviram de retiro e que servirão de material, mas não aqui. Este blog destinou-se desde o início ao registo das crónicas da aventura parisiense. E essa, caros leitores - fiéis ou menos fiéis - terminou. E com ela devem terminar também estes registos.
Tive uma última semana no 75 um tanto ou quanto peculiar.
Enquanto andava pela Alemanha e pela Bélgica, em que quartos de hotel serviam de palco à minha actividade mental, pensava que viria aqui descrevê-la, essa última semana que realmente me marcou. Porque deixou certas coisas claras e isso vale muito. Porque fiz coisas que não quero esquecer. Tal como a Micaëlla que decide ir às montanhas, fiz-me de valente ao abandonar a Maison. Mas perdi a vontade de o fazer, essa descrição parece agora não ter qualquer sentido.
De resto, impõem-se umas quantas prioridades. Cortar o cabelo, arrumar os meus haveres, tratar de burocracias, rever umas quantas pessoas, trabalhar alguns rascunhos, pensar numa nova decoração para o meu quarto.
Acho que a aventura parisiense teve a duração certa e tudo o que trago comigo acarinho e acarinharei com muito apreço e gratidão.
Até mais, caros leitores,
Le Chevalier.
"Et maintenant, écoutez ma chanson..."
(Ophélie em Hamlet, acto IV)
I try to walk away and I stumble"
(Macy Gray)
Eis-me já de volta ao ponto de origem, à casa da partida. Após dias de viagem que serviram de retiro e que servirão de material, mas não aqui. Este blog destinou-se desde o início ao registo das crónicas da aventura parisiense. E essa, caros leitores - fiéis ou menos fiéis - terminou. E com ela devem terminar também estes registos.
Tive uma última semana no 75 um tanto ou quanto peculiar.
Enquanto andava pela Alemanha e pela Bélgica, em que quartos de hotel serviam de palco à minha actividade mental, pensava que viria aqui descrevê-la, essa última semana que realmente me marcou. Porque deixou certas coisas claras e isso vale muito. Porque fiz coisas que não quero esquecer. Tal como a Micaëlla que decide ir às montanhas, fiz-me de valente ao abandonar a Maison. Mas perdi a vontade de o fazer, essa descrição parece agora não ter qualquer sentido.
De resto, impõem-se umas quantas prioridades. Cortar o cabelo, arrumar os meus haveres, tratar de burocracias, rever umas quantas pessoas, trabalhar alguns rascunhos, pensar numa nova decoração para o meu quarto.
Acho que a aventura parisiense teve a duração certa e tudo o que trago comigo acarinho e acarinharei com muito apreço e gratidão.
Até mais, caros leitores,
Le Chevalier.
"Et maintenant, écoutez ma chanson..."
(Ophélie em Hamlet, acto IV)
mardi 1 juillet 2008
De résident à visite
Confusões, confusões, confusões.
No entanto, passei o dia com T., ofereci-lhe uma edição bilingue da Mensagem, ela deu-me uns doces que trouxe da boulangerie onde deixou de trabalhar.
À noite, piquenique no Champ de Mars com a Cécile, D. e F.. Charmant, fico feliz por não ter ido ao outro. Estar com a Cécile é tão raro.
No entanto, passei o dia com T., ofereci-lhe uma edição bilingue da Mensagem, ela deu-me uns doces que trouxe da boulangerie onde deixou de trabalhar.
À noite, piquenique no Champ de Mars com a Cécile, D. e F.. Charmant, fico feliz por não ter ido ao outro. Estar com a Cécile é tão raro.
lundi 30 juin 2008
Dernière nuit chez moi
Não poderia deitar-me sem escrever. Esta é a última noite que durmo no meu quarto, no meu reduto verde-alface.
Noite estranha na Maison. Pessoas a juntarem caixas à porta dos quartos, pessoas a atravancarem os balcões das cozinhas com coisas que não podem levar com elas, pessoas a demorarem-se a conversar nos corredores, pessoas nos quartos umas das outras.
Estou triste, estou mesmo triste, agora que o meu quarto está tão vazio que parece fazer eco, agora que tenho as minhas parcas possessões espalhadas por três quartos diferentes, agora que sei estar amanhã numa casa praticamente vazia, sem as companhias dos últimos dias para preencher as horas diurnas.
A última noite que durmo no meu quarto. E temo tudo o que se segue. Não consegui despedir-me condignamente de M. E., nem papel tenho agora comigo para lhe deixar um bilhete na porta. Como passarei os meus dias? Não consigo organizar as ideias, tudo está demasiado confuso até para uma simples to do list.
Esta é a última noite que durmo no meu quarto e estou triste, mesmo triste. Tão triste que poderia chorar.
Noite estranha na Maison. Pessoas a juntarem caixas à porta dos quartos, pessoas a atravancarem os balcões das cozinhas com coisas que não podem levar com elas, pessoas a demorarem-se a conversar nos corredores, pessoas nos quartos umas das outras.
Estou triste, estou mesmo triste, agora que o meu quarto está tão vazio que parece fazer eco, agora que tenho as minhas parcas possessões espalhadas por três quartos diferentes, agora que sei estar amanhã numa casa praticamente vazia, sem as companhias dos últimos dias para preencher as horas diurnas.
A última noite que durmo no meu quarto. E temo tudo o que se segue. Não consegui despedir-me condignamente de M. E., nem papel tenho agora comigo para lhe deixar um bilhete na porta. Como passarei os meus dias? Não consigo organizar as ideias, tudo está demasiado confuso até para uma simples to do list.
Esta é a última noite que durmo no meu quarto e estou triste, mesmo triste. Tão triste que poderia chorar.
samedi 28 juin 2008
Que ton coeur se rassure! Taven guérira sa blessure!
Subi agora de uma festa no foyer. O meu reduto verde-alface está a perder-se; passei a tarde a arrumar os meus haveres. As paredes estão de novo praticamente vazias. Já não há livros nas prateleiras. Há caixotes e sacos pelo chão, objectos e peças de roupa que ainda não encontraram o seu novo lugar espalhados um pouco por todo o lado ao acaso, retirados de algum lugar para serem abandonados logo a seguir.
Fui a um concerto na Madeleine com J.. Gostei de ouvir o Verão de Vivaldi novamente.
Amanhã vou às compras com M. Antes de ir dormir ouço Mireille e Vincenette a rezarem juntas.
Fui a um concerto na Madeleine com J.. Gostei de ouvir o Verão de Vivaldi novamente.
Amanhã vou às compras com M. Antes de ir dormir ouço Mireille e Vincenette a rezarem juntas.
jeudi 26 juin 2008
lundi 23 juin 2008
Carnet de voyage
Paris - Estrasburgo. Não, não foi a Provença de Mireille e Vincent. Foi a Alsácia-Lorena, aquela mítica região estudada anos e anos na escola e, no meu caso, na faculdade, que o nosso Chevalier presenteou com a sua visita.
Uma tarde dedicada a preparativos intensivos. Sábado amanheceu quente e muito soalheiro, como o tempo do dia anterior não fazia prever. Quatro pessoas e um carro pelas estradas francesas (mais precisamente pela A4). Os campos da Champagne, a Lorena e finalmente a vegetação densa e relevo acidentado da Alsácia.
Estrasburgo. Estrasburgo. Carrefour de l'Europe, podia ler-se nas placas. Uma cidade como eu não esperava, muito pitoresca, cheia de sinais de tradição, em parte alemã. Devido à hora, já não deu para visitar museus. Ficámo-nos pela catedral rosada e por longos passeios. (Não sei se por causa da forte presença de feições germanizantes, parecia-me ver J. em cada rua.) O sol e o calor tornavam tudo tão agradável. Sinto-me até sortudo por ter lá ido no preciso dia da Fête de la Musique francesa. Um ambiente fantástico reinava, música por todo o lado. Eu, A. e S. decidimos dar a nossa pequena contribuição cantando no tram da linha E que nos levava às Instituições Europeias. Vi-as de noite, desertas, caminhando junto a canais. Não se via ninguém na zona, os mosquitos eram numerosos. Mas o ambiente no centro era demasiado atractivo, A., S. e eu próprio não resistimos a perder umas horas de sono em favor de umas voltas pelas muitíssimo animadas ruas da ilha de Estrasburgo.
Dia seguinte: acordar cedo, tomar o pequeno-almoço e ala para Verdun. Visita a hotspots ligados à grande batalha. Claro que esta visita teve o patrocínio da obsessão pelo conflito que S. ganhou nas aulas de História Social e Cultural. Acho que só agora me apercebo da dimensão do significado do extenso cemitério que adorna os relvados do Ossuaire de Douaumont.
De resto, digamos que a minha cultura no que toca a guerras em que a França se envolveu se tem dignamente enriquecido, fruto de passeios como o de hoje e (lembro-me agora!) a visita um dia destes ao Hôtel National des Invalides com M. E.
No caminho de regresso ao nosso Paris, pequena paragem em Reims, para ver a praça da catedral, essa com que me faz sonhar Il Viaggio a Reims.
Durante toda a viagem tive uma sensação de férias estivais no estrangeiro, daquelas que se tem com a família, o que me fez achar essa sensação antecipada. No regresso, pensava que o local de destino era C., mas por enquanto é Paris.
Talvez pudesse dizer mais alguma coisa sobre esta pequena voyage. (Posso afirmar, no entanto, que sou um óptimo co-piloto e guia urbano, que domina mapas e rotas como ninguém! eheh...)
Sempre vosso,
Le Chevalier.
Uma tarde dedicada a preparativos intensivos. Sábado amanheceu quente e muito soalheiro, como o tempo do dia anterior não fazia prever. Quatro pessoas e um carro pelas estradas francesas (mais precisamente pela A4). Os campos da Champagne, a Lorena e finalmente a vegetação densa e relevo acidentado da Alsácia.
Estrasburgo. Estrasburgo. Carrefour de l'Europe, podia ler-se nas placas. Uma cidade como eu não esperava, muito pitoresca, cheia de sinais de tradição, em parte alemã. Devido à hora, já não deu para visitar museus. Ficámo-nos pela catedral rosada e por longos passeios. (Não sei se por causa da forte presença de feições germanizantes, parecia-me ver J. em cada rua.) O sol e o calor tornavam tudo tão agradável. Sinto-me até sortudo por ter lá ido no preciso dia da Fête de la Musique francesa. Um ambiente fantástico reinava, música por todo o lado. Eu, A. e S. decidimos dar a nossa pequena contribuição cantando no tram da linha E que nos levava às Instituições Europeias. Vi-as de noite, desertas, caminhando junto a canais. Não se via ninguém na zona, os mosquitos eram numerosos. Mas o ambiente no centro era demasiado atractivo, A., S. e eu próprio não resistimos a perder umas horas de sono em favor de umas voltas pelas muitíssimo animadas ruas da ilha de Estrasburgo.
Dia seguinte: acordar cedo, tomar o pequeno-almoço e ala para Verdun. Visita a hotspots ligados à grande batalha. Claro que esta visita teve o patrocínio da obsessão pelo conflito que S. ganhou nas aulas de História Social e Cultural. Acho que só agora me apercebo da dimensão do significado do extenso cemitério que adorna os relvados do Ossuaire de Douaumont.
De resto, digamos que a minha cultura no que toca a guerras em que a França se envolveu se tem dignamente enriquecido, fruto de passeios como o de hoje e (lembro-me agora!) a visita um dia destes ao Hôtel National des Invalides com M. E.
No caminho de regresso ao nosso Paris, pequena paragem em Reims, para ver a praça da catedral, essa com que me faz sonhar Il Viaggio a Reims.
Durante toda a viagem tive uma sensação de férias estivais no estrangeiro, daquelas que se tem com a família, o que me fez achar essa sensação antecipada. No regresso, pensava que o local de destino era C., mas por enquanto é Paris.
Talvez pudesse dizer mais alguma coisa sobre esta pequena voyage. (Posso afirmar, no entanto, que sou um óptimo co-piloto e guia urbano, que domina mapas e rotas como ninguém! eheh...)
Sempre vosso,
Le Chevalier.
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